Author: Isa David
Seis anos, Teresa
Vieste ao mundo 21 dias antes do que te esperávamos. Calmamente, sem grande estardalhaço, nasceste num dia bonito e fresquinho. Como tu.
Aprendeste a ler sozinha, encaixas entre o turbilhão e a tempestade.
Nos teus olhos enormes cabem todos os pormenores, aqueles em que te perdes quando caminhamos pelo campo e te fazem ficar para trás. Não te importas, porque não estás atrás, estás a ver, a sentir e a sonhar como eu me lembro de estar em criança. Perdida na imaginação, assim és tu também.
És irresistível e doce. Terrível na teimosia, mesmo assim ternurenta. Firme nas ideias.
Surpresa boa, ainda bem que vieste antes do tempo, não podia esperar mais.
O David e a desigualdade
Tinha já tudo pensado, com os seus muito vividos quatro anos com duas irmãs mais velha: as formigas subiam, faziam um buraco, com uma palhinha punham nas maminhas o leite que viria a dar aos seus filhos.
David, cortei destrutiva, os rapazes, os pais, não dão leite pelas maminhas aos filhos.
-“Não?!” Admirou-se.
-“Não.” Insisti.
Tristíssimo, de lágrimas nos olhos virou-me as costas. Não era mais meu amigo.
Algo de muito certo ou muito errado, não consigo decidir ou adivinhar, vai acontecer com esta pessoa.
A inocência das criancinhas II
Estamos todos a ver desenhos animados, o filme dos trolls, e a dada altura um dos Bergen está a enterrar-se a si mesmo por baixo duma lápide. Gera-se o seguinte diálogo:
Diana: – porque é que ele está a fazer um funeral?
Teresa: – ou se calhar pensa que é uma flor…
🥰
O olhar da Teresa vê sempre flores e magia por todo o lado.
A inocência das criancinhas
O David acredita que, como ele, os carrinhos de brincar vão crescer se comerem a sopa toda:
“- e depois eu posso andar neles!”
Fada do bosque e dos animais: Teresa.
Mãe, sabes o que é isto? Sacos de cama para minhocas, daqui saem borboletas.
❤️
Esta criatura mágica.
Teresa e as amigas imaginárias
Mérida, Copissa e Aguissa.
As duas últimas com nomes inventados à pressão porque a Diana insistia que essas pessoas não existiam uma vez nem tinham nome. Portanto, estávamos a jantar e com um copo de água à sua frente, muito desenrascada, a Teresa saiu-se com estes dois.
Hoje andámos na rua à procura da casa da Mérida, com direito a mapa assinado e tudo: